Imortalidade

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Há algumas semanas uma notícia um tanto quanto inusitada vem tomando conta do noticiário.

Ligia Monteiro, filha do falecido engenheiro civil da Força Aérea Brasileira Luiz Felippe Dias de Andrade Monteiro, resolveu acatar a vontade do pai e optou pelo congelamento ao invés do sepultamento do ente querido. O desejo do falecido é justificado na crença de que no futuro a evoluida medicina possa  vir a ressuscitá-lo. 

A moça que é filha do segundo casamento do engenheiro, gasta cerca de R$ 27 mil reais mensalmente com o congelamento e briga na justição com o restante da família para manter o pai congelado.

Já andei conversando com alguns amigos sobre o assunto e as reações são em maioria de desaprovação com a atitude da filha que decidiu pelo congelamento do pai. Fazem piada, acreditam ser tal medida absurda e até desrespeitosa com essa ou aquela religião. Eu descordo.

Talvez no Brasil seja raro, mas no exterior penso que seja bastante comum um milionário solicitar a família que o congele quando morto. Daqui cem, duzentos anos muitas das doenças que hoje nos afligem e são incuráveis serão perfeitamente tratáveis e um ressuscitamento também não será lá uma coisa de outro mundo.

Evidente que se formos visualizar a questão segundo os dogmas da maioria das religiões, tal intenção será veementemente combatida. É querer dar alternativa ao caminho natural das coisas.

O congelamento para futura ressuscitação definitivamente não é hoje em dia uma decisão fácil a ser tomada e aceita pela sociedade, mas que com o passar dos anos sem dúvida começaremos a ouvir com maior frequência.

A verdade é que assistimos muito provavelmente o ensaio de um marco na história da humanidade. Felizmente ou não para alguns, bastando haver vontade e principalmente condição financeira, a morte poderá ser driblada.