sexta-feira, setembro 19, 2008

PARDO

para ampliar clique na imagem


Pardo?! Que raio de raça é essa?!
Na minha certidão de nascimento (e de mais um montão de gente), tá lá essa definição pra raça. É mole?!
Para os institutos do governo brasileiro, misturou é pardo. Seja mistura de branco com negro, de índio com branco, não importa, é mais um "pardinho" que nasceu. Até a mestiçagem é generalizada! Imagina quanta gente "parda" tem nesse país.
Olha lá o pardo, o moreno, o mulatinho. Legal né. É nada, são definições de branco pra gente que julgam sem identidade, pois nesse caso, não há unidade, orgulho de ser quem é de fato. Negro!
Nos Estados Unidos misturou é negro, misturou é índio. Branco nunca.
Isso que acontece aqui serve pra desunir, pra dar uma falsa sensação de diferença do negro pro "moreno". O desinformado acha legal ser "moreninho", acredita que tá na vantagem, porque os outros não o acham tão preto. Vacilão!
Quem nunca escutou gente chamando negro de "moreno", achando que falando assim tá sendo mais parceiro do cara. Eu dou risada. Moreninho não existe. É negro!
Chegou o "pardo" na frente do "amigo" é "moreno" gente boa, virou de costas é neguinho!
Por que pardo, se o preconceito é negro?! Pense a respeito!

Ouvindo: Hip Hop Ville - IAM (Saison 5)

11 comentários:

Anônimo disse...

Bom, eu não sei se concordo muito com isso. Eu sou parda porque tenho mãe branca e pai negro(ou pardo tb) e não tenho problema em assumir que não escolho nenhuma das duas raças para me inserir em algum grupo. Acho que somos muito mais que isso. Posso lutar pela causa negra mesmo sem ser 100% negra. Da mesma forma que não tenho vergonha de ser parte negra não deveria ter vergonha de ser parte branca. Aqui no Brasil não nos diferenciamos por raça(ou etnia, o que seria melhor dizer) e simplesmente pela cor. Então não vejo nada de errado com isso. O que devemos lutar é contra a discriminação e aceitar todas as diferenças e não tentarmos nos separar em blocos ou guetos como se não fossemos todos seres humanos. Enfim.... Mas adooooro seu blog e sempre passo aqui, só que desta vez resolvi deixar minha opinião!

PenseaRespeito* disse...

Oi Michele!

Discordamos sobre o assunto, mas normal, sem ressentimentos. Só não me chamar de moreninho que tá tudo tranquilo.
O que escrevi é o que realmente penso a respeito e não acredito que devamos nos fechar em grupos e sim termos consciência maior de quem somos como individuo, do que representamos, acredito que a partir daí a relação com o todo é bem melhor, passa a ser real. Eu particularmente penso que melhorei a partir dessa percepção.
Com as postagens que faço emito opiniões e tento despertar reflexões nos visitantes. Se no final das contas a conclusão pender pro meu pensamento bom, do contrário bom também, valeu a reflexão, valeu a provocação.

Obrigado pelo comentário, visite sempre!

Anônimo disse...

Realmente moreninho é péssimo. Pra mim soa como menosprezo. É sempre no diminutivo, como se não fossemos nunca indivíduos completos. Ou talvez seja medo de ofender, como se ser negro fosse um defeito. Entendo o que você quis dizer. Mas isso ainda me soa como os senhores de engenho quiseram que fosse: Não importa se a criança é filha do senhor de engenho com a escrava, que ela continuará a ser escrava e negra.
Mas parabéns pelo blog, não só pelas ótimas músicas(que sempre venho pegar as que gosto e conhecer novas)e também por não ter medo de expressar sua opinião. =D

paulão. disse...

é isso meu parceiro !!!
Concordo comvocê...sempre disses essas coisas (com outras palavras lógico) para todos meus amigo...
Que história é essa de "pardo" ??? PARDO pra mim é PARDAL, é passarinho !!! É ngro e ponto !! com muito orgulho !!!!

Anônimo disse...

hehe, nada man, esquece isso irmão!
como dizer que alguém é negro sem ser? e como dizer que alguém é branco sem ser? na verdade raça que tem é cachorro, nós pertencemos a etnias. mas a maioria no brasil é mestiça, negro mesmo tem na áfrica, e branco mesmo tem na alemanha. logo, não tens como comprovar tua etnia, vai mesmo é no tom da pele. o que poderia ser feito é uma escala monocromática pra estabelecer as diferenças, mas, também não entendo qual o motivo de estabelecer tais diferenças. ex de peles: tom 1, tom 2, tom 3... e aí, tem uma rapaziada querendo ser negra agora com essa parada de orgulho, que nada somos todos luscofuscos mesmo, uns mais, outros menos... e tudo certo!

PenseaRespeito* disse...

Legal Paulão, obrigado pelo comentário.

Abraço!

PenseaRespeito* disse...

E aí Marcelo!

Usemos então o termo etnia em substituição a raça pra evitar qualquer tipo de mal entendido. Melhora? Penso que não.

Cara concordo contigo que o Brasil é mestiço. Branco, negro, amarelo de fato são pouquissimos, só que tem o detalhe de todo esse povo misturado não ter consciência ou melhor, não assumir essa mestiçagem, é todo mundo iludido e os mais clarinhos se acham brancos. Faz uma enquete pra você ver.
Quando na postagem eu digo "Por que pardo, se o preconceito é negro?! eu quero dizer que em situações agudas, ou seja, disputa de vaga de emprego, quando comete erro na escola, quando vai querer arrumar namorada clarinha, o moreninho, o pardo, o mestiço em geral, é neguinho. Porque não ser negro em todas as situações, sejam elas boas ou ruins.
O individuo que quando "testado" em situações semelhantes as que exemplifiquei acima e é visto como negro, não pode ter vergonha, nem dúvida de assumir a sua negritude. É questão de percepção de si e do mundo.

Obrigado pelo comentário.

Abraço!

Gatas Negras disse...

Oi irmão!!

Eu tambem escrevo muito sobre identidade racial no Brasil e nos EUA. Eu usei um parte de seu comentario no meu blogue! Na realidade, não importa se uma pessoa tem uma pai ou mae branco/a; se voce não pode "passar" para branco/a, voce precisa de aceita a sua negritude! Neste mundo, voce é ou negro/a ou é branco/a!

MrMarques'08

http://www.afrobrasilamerica.com/2008/09/black-who-me-no-im-brown-negro-eu-no-eu.html

Husani Kamau disse...

Muito Bom!

Anônimo disse...

RESPOSTA AO COMENTÁRIO DE MARCELO:

VOCÊ ESCREVEU:
“...não tens como comprovar tua etnia, vai mesmo é no tom da pele...”
POIS EU TI DIGO:
No Brasil, com exceção de quem é oriental ou indígena... Saiu de branco é negro (independente de ser negro puro ou um negro miscigenado).

Basta ler um pouco sobre genética, que você entenderá que existem genes dominantes e genes recessivos... Pardo não é etnia!!!

É evidente que o Alexandre quis revelar o fato de que definir-se como pardo é uma forma de racismo intrarracial... Racismo de negro para com a negritude.

Alguém que se diz pardo deveria ser rechaçado por qualquer lado, afinal ele é apenas um quase-branco que deixou de ser totalmente negro (pelo menos esse deve ser o pensamento de alguns idiotas).

Nas outras etnias, mesmo havendo pequenas diferenças de tom de pele, nunca há uma tentativa de negar o que são... Mas, entre os negros brasileiros, é só um de nós nascer um pouco mais claro que já tenta negar o fato de pertencer à raça negra... E isso é muito ridículo pra nós!!!

Mais uma informação:
O que você definiu como “Essa parada de orgulho” veio pra ficar... Graças a Deus, os negros brasileiros estão deixando de ser ignorantes!!!

Anônimo disse...

É isso aí irmão... No Brasil, quem não é oriental, indígena ou branco, certamente é negro.

Já chega de gente idiota tentando inventar etnia, ou achando que é correto se definir pelo tom de pele... Moreninho, café com leite, pardo, ou pior...mulato (definição que compara um ser humano a um animal, a mula).

Em países culturalmente mais desenvolvidos não existe essa palhaçada de pardo... Ou você é branco, latino, indígena, oriental ou negro (incluíndo-se os afro-descendentes na etnia negra, sendo negros puros ou miscigenados).

Essas pessoas que acham correto se definir como pardos, só porque são filhos de branco com negro, na verdade se sentem incomodadas com o fato de serem incluídas na etnia negra... E acabam preferindo ficar sem identidade etnica, pois o termo “pardo” é indefinido... ideal para os complexados!!!

Tenho certeza de que se fossem classificados como brancos, iriam abrir um sorriso “de uma orelha a outra.”

É isso aí, “ESSA PARADA DE ORGULHO” veio pra ficar.